Há algo nas coisas que nascem das mãos que as máquinas jamais alcançarão. Uma peça imperfeita, assimétrica, irregular, onde o tempo e a matéria conversam. O feito à mão emociona porque carrega história, presença — e, acima de tudo, humanidade.
Não é só sobre o objeto. É sobre quem o faz.
Quem escolhe criar com as próprias mãos precisa de tempo. E precisa se implicar. O artista, o artesão, o designer que trabalha nesse ritmo lento se aproxima do material como quem escuta. Há escuta na maneira de transformar o cotidiano em matéria moldável. Há um cuidado íntimo em cada mistura feita à mão. Nada disso passa despercebido. Mesmo quando o observador não sabe nomear o que sente, ele sente.
O toque da imperfeição: uma linguagem que o corpo reconhece.
Texturas naturais, formas orgânicas, pequenas assimetrias. Ao contrário do que se pensa, a imperfeição não diminui uma peça. Ela a torna viva. É isso que emociona: perceber que ali há falhas bonitas, ritmos diferentes, vestígios do humano. Em tempos de cópias idênticas e velocidade cega, o que nos toca é o que ousa ser único.
Mais do que um produto: uma presença.
Uma peça feita à mão não “serve” apenas para decorar. Ela ocupa um espaço afetivo. É como se carregasse consigo a memória do gesto, do cuidado, do instante em que foi criada. Ela se faz companhia. Ela nos devolve ao presente. Quando tocamos uma dessas peças, algo em nós se acalma — ou se desperta.
O feito à mão como resistência sensível.
Em um mundo que empurra produção em massa, escolher o artesanal é um ato de desaceleração. É também um ato político. É optar por processos mais justos, por consumo mais consciente, por relações mais próximas. E, no caso da Monterraro, é também apostar na experimentação, na matéria poética, na arte como linguagem do afeto.
Emoção tem matéria-prima.
Na Monterraro, cada peça nasce da escuta entre mãos e matéria. Casca de ovo, café e erva-mate — todos transformados em superfície. Misturados à resina, ganham corpo, textura e sentido. É um processo de alquimia silenciosa. O que emociona, afinal, não é só o resultado — é o processo que ele revela.
Quando você escolhe o feito à mão, você escolhe sentir.
E sentir exige presença. Por isso, as peças da Monterraro não pedem pressa. Elas pedem tempo, espaço, contemplação. São objetos que se tornam parte da casa, mas também parte da história de quem as escolhe.